Uma delegação de brasileiras do projeto Conexão Mulher Internacional esteve em Angola durante o mês de novembro para a celebração da terceira edição do Festival Baobá, iniciativa voltada ao resgate das raízes africanas, à valorização da ancestralidade e ao fortalecimento do protagonismo feminino. A missão foi liderada por Márcia Pena e Alexandra de La Torre e integrou uma programação intensa de intercâmbio cultural, artístico e educativo.
No Brasil, o projeto Conexão Mulher desenvolve ações que unem educação antirracista, combate à violência contra a mulher, empoderamento feminino e valorização da cultura ancestral africana. Foi nesse contexto que nasceu o 1º Festival Baobá – 2023, inspirado na filosofia africana “da ancestralidade aos frutos”, com o objetivo de criar espaços onde a poética africana encontre lugar na sociedade, substituindo visões racistas construídas ao longo dos anos e resgatando o valor histórico e cultural da herança africana.
A continuidade do projeto levou à realização do 2º Festival Baobá – 2024, marcado pela consolidação dessa trajetória. O evento celebrou os frutos da ancestralidade com uma programação vibrante de saberes, arte e cultura, fortalecendo a Consciência Negra ao longo de todo o ano e dando vida à Lei 10.639 por meio das atividades Pré-Baobá.

O 3º Festival Baobá – Angola 2025 representou um passo simbólico e histórico: levar o festival ao continente africano. Com o apoio do Consulado de Angola, a edição em solo angolano uniu ancestralidade, arte e resistência, proporcionando uma experiência única de reconexão com a África. A viagem esteve enquadrada nas comemorações da Independência Nacional de Angola e da Consciência Negra no Brasil, celebradas durante o mês de novembro.
Um dos destaques da programação foi a passagem pelo município do Cazenga, onde ocorreu um intercâmbio com oficinas de danças angolanas e brasileiras no Centro de Animação Artística do Cazenga (ANIM’ART). As atividades foram orientadas pelas professoras e artistas Ly Lateef e Lilian Damião. No mesmo espaço, realizou-se um diálogo entre mulheres angolanas e brasileiras, fortalecendo a troca de experiências e saberes.
A delegação também visitou a Mulemba Waxa Ngola Kilwanji, local de culto e memória ancestral, e a Escola de Formação de Professores Magistério da Marconi. No bairro Marçal, o grupo foi recebido pelo professor, pesquisador e músico Jorge Mulumba, no Laboratório Criativo de Música Tradicional do Marçal, onde conheceu o projeto “Ekos da Dikanza”. Na ocasião, Mulumba ministrou uma oficina demonstrando instrumentos como dikanza, hungu e ngoma, evidenciando semelhanças e diferenças entre estilos musicais angolanos e brasileiros.

Antes dessas atividades, a comitiva brasileira passou pela Faculdade de Artes da Universidade Agostinho Neto, pelo Complexo das Escolas de Arte (CEARTE), pelo Museu da Escravatura, pelo Mercado do Artesanato e pela União dos Escritores Angolanos.
A programação incluiu ainda a conferência académica “Ubuntu Atlântico – encontro entre irmãos”, realizada na Faculdade de Humanidades da Universidade Agostinho Neto, além de visitas ao Instituto Guimarães Rosa, ao Museu de Antropologia e ao Instituto Nacional do Património Cultural. O Festival Baobá consolida-se, assim, como uma ponte viva entre Brasil e Angola, reafirmando a força da ancestralidade africana como base de identidade, resistência e transformação social.
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