A hipofosfatasia (HPP) é uma doença genética rara que afeta a mineralização de ossos e dentes, tornando-os mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Devido à sua diversidade de manifestações e à falta de conhecimento generalizado, o diagnóstico pode levar anos, resultando em sofrimento prolongado para os pacientes.
Sintomas e Tipos Clínicos
Os sintomas da HPP variam conforme a gravidade e a idade de início. Em casos graves, a doença pode se manifestar ainda no útero ou logo após o nascimento, com sinais evidentes desde o final da gravidez. Já em formas mais leves, os sintomas podem surgir apenas na idade adulta. Entre os sintomas mais comuns estão dor nos ossos, fraqueza muscular, deformidades, perda de dentes e baixa estatura em crianças.
A doença é classificada em diferentes formas clínicas:
-
Perinatal: Se manifesta ainda na gestação ou no momento do nascimento, com sinais evidentes desde o final da gravidez.
-
Infantil: Embora os recém-nascidos aparentem estar saudáveis ao nascer, os primeiros sintomas da HPP começam a surgir até os 6 meses de idade.
-
Juvenil: Nesse tipo, crianças apresentam sintomas mais leves e geralmente têm uma boa saúde e função física. Os sinais aparecem entre 6 meses e 18 anos, mas, em alguns casos, o paciente pode não apresentar sintomas.
-
Adulto: Neste estágio, a doença tende a ser mais branda do que na infância. Aproximadamente dois terços dos adultos afetados apresentam sintomas variados, que podem ser leves ou mais intensos.
Desafios no Diagnóstico
O diagnóstico da HPP é complexo e frequentemente tardio. Muitos médicos desconhecem a doença, levando a uma experiência frustrante para os pacientes e suas famílias antes que um diagnóstico correto seja feito. Isso ocorre porque os sintomas podem ser confundidos com outras condições mais comuns, como osteoporose ou doenças dentárias.
Uma avaliação clínica detalhada, que inclui a análise do histórico médico do paciente, exame físico minucioso e exames laboratoriais e de imagem, é essencial para o diagnóstico. Além disso, testes genéticos podem ser realizados para identificar mutações no gene ALPL, responsável pela produção da enzima fosfatase alcalina, cujos baixos níveis são característicos da doença.
Tratamento e Qualidade de Vida
Embora não haja cura para a HPP, tratamentos estão disponíveis para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A terapia de reposição enzimática é uma das abordagens terapêuticas que pode ajudar a melhorar a mineralização óssea e reduzir o risco de fraturas. Além disso, o acompanhamento multidisciplinar, incluindo fisioterapia, odontologia e suporte psicológico, é fundamental para o manejo da doença.
É importante destacar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem prevenir complicações graves e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes com HPP.
A hipofosfatasia é uma doença rara e complexa que exige maior atenção e conhecimento por parte dos profissionais de saúde. O reconhecimento precoce dos sintomas e o diagnóstico adequado são essenciais para o manejo eficaz da doença e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. É fundamental que haja um esforço conjunto para aumentar a conscientização sobre a HPP e promover o acesso a tratamentos adequados.








