Jaquelline Grohalski, conhecida por sua presença marcante nas passarelas e redes sociais, viveu uma noite de desfile de afetos e samba ao pisar no palco da escola de samba Grande Rio, em Caxias. O convite, feito por David Brasil, proporcionou à musa momentos de brilho, emoção e identificação com a cultura que a consagrou — ela se declarou em casa ao ritmo da bateria, da comunidade e dos integrantes da escola.
Encontro de emoções e cultura
Na quadra da Grande Rio, Jaquelline se permitiu viver intensamente a atmosfera carnavalesca: a batida da bateria, o canto do pavilhão, o calor da arquibancada. A influenciadora, de origem paraense, manifestou orgulho da região Norte, dizendo-se representada pela escola, que neste ano acentuou sua presença no Carnaval defendendo a identidade regional. Sua fala revela o impacto profundo de estar em um ambiente onde tradição, verde e vermelho, se fundem a orgulho e pertencimento.
Ela destacou o convite de David Brasil como gesto que extrapola o mero camarim VIP. A recepção calorosa por figuras como Jarder, a Feiticeira e pelo presidente da escola reforçou uma sensação de integração autêntica. “Me senti em casa”, disse, repetindo a frase como mantra liberador de qualquer expectativa prévia. A sensação de pertencimento — ainda que provisória — contrastou com a rotina comum de influenciadora: luzes, câmeras, expectativas. Na quadra, Jaquelline viveu sua própria experimentação do Carnaval como ritual comunitário.
Identidade, pertencimento e imagem pública
Não é só o glamour do samba que marca essa noite: é também a pulsão de identidade. Para Jaquelline, ter sido musa da Unidos de Padre Miguel por dois carnavais consecutivos imprime um traço de permanência numa cena em que há tanta flutuação. Mesmo associada a uma escola carioca tradicional, ela mantém sua origem paraense como elemento central de sua persona artística — o que a torna ponte entre mundos: periferia e elite do espetáculo, tradição popular e visibilidade midiática.
Sua declaração de estar “em casa” carrega implicações emocionais e simbólicas: é um reposicionamento de sua voz como mulher de destaque num meio que valoriza visibilidade, mas nem sempre reconhece pertencimento. O samba, o pavilhão, a bateria — componentes centrais do Carnaval — oferecem também uma plataforma de cultura viva, em que ela se vê refletida.
Carnaval, imagem e expectativas
A experiência na Grande Rio pode impulsionar trajetórias. Jaquelline participa de um tipo de visibilidade que vai além do corpo ou da estética: é atuação cultural. Cada passo seu na quadra transborda expectativa púbica mas também responsabilidade. A expectativa de que uma musa não só desfile, mas interprete um papel — de liderança simbólica, de guardiã de memória, de ponte entre regiões brasileiras — cresce junto com o holofote.
Há um duelo silencioso entre espetáculo e intimidade: ela vive intensamente o lado público, mas também reivindica sentir-se parte de algo maior que sua própria imagem. A noite na quadra foi, para ela, um evento pessoal de afirmação — e para o público, uma narrativa que confirma que as musas do Carnaval não são meros ornamentos, mas agentes culturais de identidade e pertencimento.
O impacto de um instante
Embora efêmero — uma noite que se esvai ao amanhecer — o momento se inscreve na biografia de Jaquelline como mais do que mais um convite: como afirmação de que pode existir coerência entre origem, visibilidade e pertença. E de que sentir-se em casa num espaço tão simbólico quanto uma escola de samba é também resistência — à invisibilidade, à expectativa uniforme de sucesso, ao apagamento regional.
Seja nos bastidores ou sob os refletores da quadra, Jaquelline mostrou que o Carnaval permanece sendo território de emoção, potência simbólica e invenção pessoal. E que, quando se permite viver sem disfarces, é possível iluminar não só o corpo, mas histórias — e histórias encontram luz justamente nos momentos em que se mostram verdadeiras.








