Rio de Encontros” Podcast debate crise climática e qualidade do ar no Rio

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Especialistas alertam para os impactos da poluição e das ilhas de calor na saúde da população.

O quarto episódio do podcast “Rio de Encontros”, intitulado “Respirando o Futuro”, aborda a relação entre as mudanças climáticas, a poluição e a saúde pública, com foco na qualidade do ar no Complexo de Favelas da Maré.

Os desastres climáticos também afetam a saúde pública. Segundo os coordenadores do Observatório, entre os anos de 2020 e 2023, o número de pessoas que adoeceram em lugares atingidos por desastres passou de 54 mil para 157 mil.

Já o número de brasileiros que foram, de alguma forma, afetados por esses desastres – como, por exemplo, desabrigados por enchentes – passou de 21 milhões para 48 milhões.

“Por exemplo, em inundações, a gente tem aumento de leptospirose, aumento de hepatite A, aumento de dengue, e aumento de ocorrências de fraturas logo no primeiro momento de inundação. Em alguns momentos posteriores, em geral após essas inundações, podemos ter problemas de infarto, AVC, a gente pode ter também problemas de saúde mental. Mas isso um tempo depois, não imediatamente à ocorrência”, afirma Renata Gracie, coordenadora do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz.

 

O programa, apresentado pela jornalista Anabela Paiva, conta com a participação da geógrafa Renata Gracie, coordenadora do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz, e de Everton Pereira, geógrafo e coordenador de direitos urbanos e socioambientais da Redes da Maré.

Durante a conversa, os especialistas alertam para os impactos do aumento das ondas de calor e da poluição na saúde dos cariocas, especialmente em comunidades vulneráveis como a Maré. O projeto “Respira Maré”, que mediu a qualidade do ar e avaliou o calor nas 16 favelas do complexo, revelou dados alarmantes: a qualidade do ar está abaixo de qualquer nível aceitável e a diferença térmica entre a Maré e o Aeroporto do Galeão chega a 4 graus Celsius.

“A Maré é limitada por três das principais vias de circulação de automóveis do Rio: Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela. Isso, somado ao adensamento urbano e à poluição da Baía de Guanabara, contribui para a piora da qualidade do ar”, explica Everton Pereira.

Renata Gracie destaca a importância de estudos como o “Respira Maré” para a criação de políticas públicas eficazes: “É fundamental levantarmos informações detalhadas sobre os impactos da crise climática em diferentes territórios, para que possamos pensar em soluções adequadas a cada realidade”.

O episódio “Respirando o Futuro” já está disponível nas plataformas de podcast, incluindo Spotify.

 

Sobre o Rio de Encontros

 

Criado em 2010 pelo Instituto 215, o Rio de Encontros se dedicou a analisar e debater os diversos aspectos do Rio de Janeiro. Ao longo de quase uma década, o projeto aproximou extremos do Rio de Janeiro metropolitano, em 59 debates. Reunidos, gestores públicos, jornalistas, pesquisadores, artistas, escritores, empresários, acadêmicos, lideranças comunitárias e uma turma de jovens de áreas periféricas da metrópole trocaram ideias, histórias e conhecimento sobre o que é viver no Rio.

 

As ações do projeto sempre tiveram como objetivo construir espaços de interlocução entre as diferentes perspectivas urbanas, com ênfase na diversidade de vozes e olhares sobre a metrópole. Com seus debates periódicos, o Rio de Encontros provoca trocas de ideias sobre temas estratégicos para a vida na metrópole carioca e estimula a formação de redes colaborativas, buscando, no diálogo com a comunidade, as perguntas que temos que nos fazer hoje para pensar a cidade que queremos no futuro.

 

Redes sociais: https://www.instagram.com/riodeencontros/

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